quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Então eis que finalmente saiu a tão aguardada data de embarque. Para aqueles que sempre me perguntavam a respeito do meu trabalho no cruzeiro, embarco dia 19 à bordo do MSC Armonia em Palma de Mallorca, na Espanha. Dentre os destinos que irei fazer, estão os portos do Mediterrâneo entre França, Itália, Espanha, Malta e Marrocos, além da temporada brasileira em Santos, Salvador, Ilha Bela, Búzios e Rio de Janeiro.

Recebi a notícia semana passada e não deu tempo de me despedir de todos como eu queria. Apenas gostaria de dizer aos meus amigos (não vou citar nomes, pois eles sabem quem são) meu muito obrigada por me ajudarem a concretizar esse sonho. Seja de perto ou de longe, vocês torceram por mim e acreditaram junto comigo. Sinto muita gratidão em tê-los como amigos e também àquelas pessoas que sempre vieram com palavras de incentivo.

Aos meus queridos e amados pais, por não cortarem as minhas asas e permitirem que eu fosse muito mais além. Pois como bom filho que você é, tudo ou quase tudo que você quer na vida, é que seus pais tenham orgulho de você. Principalmente a partir das decisões que você toma, desde as mais simples, às mais complexas, como trocar de emprego, mudar de cidade ou país.

Desde a primeira entrevista para o recrutamento até o embarque, 7 meses se passaram e desde então não teve um dia sequer que eu não pensasse nessa data. O processo foi longo, com mudanças ao longo do caminho (troquei de agência e optei por outra Cia de Cruzeiro), muitos cursos a se fazer, exames médicos e ansiedade na espera. Mas foi um período importante, onde mais uma vez tive de abrir mão de certas coisas e perceber que pra tudo existe um tempo certo pra acontecer.

Sei que o trabalho numa “casa de lata” na maioria das vezes não é fácil. Existe muita cobrança por parte de chefes para manter a qualidade do serviço e atendimento, além de passageiros difíceis de lidar. Ser tripulante em um barco desses não é apenas um trabalho, é também um aprendizado. E aprendi que em qualquer desafio, a possibilidade de ganho é infinitamente maior do que a perda.


E assim lá vou eu para mais uma experiência, para novas rotas, novos desejos, mas o mesmo desejo: que dê tudo certo. Mais uma vez é a vida que tem de caber numa mala.




segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Somos preparados para sobreviver e muitas vezes precisamos nos desviar do caminho trilhado para descobrir a nós mesmos. A vida é improviso e não desmereço aqui a necessidade de cumprir regras sociais e ganhar o próprio sustento. Porém, acredito que se contentar em pagar as contas, envelhecer e morrer é missão pequena demais para seres dotados de inteligência e sensibilidade como nós.

Entre o nascer e o morrer, há muita trilha para caminhar e, para mim, a melhor forma de trilhá-la é conhecendo novos lugares, novas culturas, novas pessoas. E, desta maneira, descobrir a si mesmo. Para conseguir chegar a um estado de felicidade, é preciso muito mais do que ter, é preciso ser. É preciso sentir. E existe forma mais intensa de sentir do que viajando?


Viajar nos proporciona uma variedade de sensações. Permite que ampliemos nossos horizontes a partir de novas experiências, nos ajudando a formar nossos conceitos e opiniões. Com essa soma de vivências, acabamos nos descobrindo, sempre levando um pouco de cada lugar que conhecemos e deixando lá um pouco de nós. E essa troca é gratificante.

Também é preciso ter coragem para enfrentar uma série de desafios, afinal, nada é completamente bom e fácil, precisamos passar por provações para poder enxergar melhor o lado positivo das coisas. Mas as sensações de viver uma aventura são imensuráveis. Viajar é aventurar-se. Viajar é libertar-se.


Nós não podemos mudar o vento, mas podemos ajustar as velas e ir onde quiser, acredite. E cabe a nós aprender sozinhos como viver.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Na Terra da Rainha

Londres é uma cidade única. Aliás, toda cidade é única. Mas Londres tem um estilo totalmente diferente de outras cidades da Europa que já visitei. Lá você encontra cabelos de todas as cores, punks, indianos, executivos, ou seja, gente do mundo inteiro.


Por isso, Londres sempre esteve nos meus planos e tive a oportunidade de visitá-la na virada do ano de 2011 para 2012. Era inverno e por sorte não peguei muita neve. Porém peguei alguns dias de chuva, céu nublado e temperaturas perto de zero grau. Mas mesmo assim valeu muito a pena.








Cheguei no dia 31 de Dezembro e a expectativa de ver os fogos de frente para a London Eye, a famosa roda gigante, era grande. É impressionante a quantidade de pessoas que ali se encontram esperando o relógio marcar meia noite. Se quiser encontrar um lugar bacana para ver o espetáculo da queima de fogos, é bom chegar cedo, que foi o que eu fiz. Confesso que já estava entediada de ter que esperar e na ocasião me encontrava sozinha. Passado algum tempo, conheci com um grupo de paquistaneses muito simpáticos. Ah e também não é difícil encontrar turistas brasileiros por lá.


O espetáculo é transmitido pela BBC e o tempo todo fica tocando música pra distrair as pessoas. Ao redor existe um monte de barraquinhas de comida e bebidas. O pessoal se abastece, come por lá ou então traz alguma coisa de casa e fica por lá mesmo, sentado ou em pé, tudo pra ouvir as badaladas do Big Ben. Chegada a hora, começa a contagem regressiva: 10, 9, 8...E então eu senti uma das emoções mais fortes da minha vida. É emocionante, é grandioso e é impossível não ficar de boca aberta. Os fogos duram uns dez minutos, mas passa tão rápido que você ainda fica extasiado quando acabam. Eles são sincronizados com uma trilha sonora, o que faz com que fique mais legal ainda.






Aqui segue o link pra se ter uma ideia de como foi:
https://www.youtube.com/watch?v=ro3_ZqfyfOI


Passada a emoção, fui pro hostel dormir. Acordei relativamente cedo, até porque tinha muita coisa pra conhecer. Na minha opinião, Londres possui o melhor sistema de transporte de metrô que já conheci. As estações são limpas e organizadas e a maioria funciona até de madrugada. Os ônibus vermelhos de dois andares também são uma atração. Caso tenha tempo, recomendo pegar um deles e fazer um tour pelo centro a cidade de forma independente.





Além disso, Londres é a cidade dos museus. Existe uma infinidade deles e a maioria são de graça. Recomendo tirar um dia só para conhecê-los, nem que seja um pouquinho, já que é impossível ver todas as exposições. O Museu de Ciências (Science Museum) é bem legal e bastante interativo. Conta a história da ciência com exemplos práticos através de fotos, vídeos e computadores. Já o Museu Britânico (Britishi Museum) possui obras antigas, mas bem conservadas da Grécia, Egito e muitos outros lugares. Outra visita imperdível pra quem gosta de arte, a National Gallery apresenta um acervo com mais de 2000 pinturas de artistas como Leonardo da Vinci, Van Gogh, Monet, Picasso, entre outros.






Impossível falar de Londres e não lembrar da realeza. Não dá pra não passar pelo Palácio de Buckingham, residência oficial da Rainha Elizabeth. Se der sorte e se os horários coincidirem, dá pra observar a troca de guardas em frente ao palácio, o qual envolve a marcha clássica dos soldados e uma grande quantidade de turistas tentando enxergar alguma coisa. Já a visita no interior do castelo só é permitida no verão.


Outra visita imperdível é a Tower Bridge, a famosa ponte que cruza o rio Tâmisa, construída ao lado da Torre de Londres, outra atração à parte.










Vale também passar pelo Camden Town, um bairro bastante alternativo e ousado. Ao longo da rua principal encontram-se diversas lojas, com roupas de vários estilos, desde ao punk até fantasias de halloween. Outro bairro bacana é o Nothing Hill, famoso depois do filme com a Julia Roberts. Lá estão pequenas construções, fachadas coloridas, livrarias aconchegantes e lojas de antiguidades.






Quanto aos parques, é legal fazer uma caminhada pelo Hyde Park, um dos maiores da cidade. Por isso não dá pra conhecer toda extensão dele, mas caminhando você vai se deparar com alguns esquilos e outros elementos da fauna e flora local, além de passar pelo Memorial Da Princesa Diana, construído em 2004.


Existem ainda infinitas atrações, diversos pubs interessantes, cada um com uma decoração diferente. Como meu tempo foi curto, ficou muita coisa de fora do roteiro. Optei pelas visitas nos monumentos clássicos da cidade. A impressão que tive dos britânicos é que são muito educados e formais, além de terem um sotaque charmosíssimo. Lá ninguém incomoda ninguém, está todo mundo na sua e ingleses são por hábito, bastante discretos.



O que dá pra perceber é que Londres é assim, uma cidade global, onde todas as tribos convivem bem. Pois bem, na terra da rainha só não vai quem já morreu.




quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Manifesto para mim


Há muito tempo, eu decidi ser responsável pelas minhas escolhas.
Decidi que sou a única capaz de secar as minhas lágrimas.
Decidi que o meu destino me pertence.
Decidi ser mais autêntica.
Decidi não me deixar abalar pelas circunstâncias.
Decidi que posso fazer a minha parte.
Decidi que sou forte.
Decidi ser mais aberta a novas experiências.
Decidi ser diferente.
Decidi continuar fazendo o que eu gosto de fazer.
Decidi parar de reclamar e agir.
Decidi que o caminho que escolho será sempre o melhor pra mim.
Decidi sentir saudades, mas não me deixar cegar por ela.
Decidi sentir tudo que me dá vontade de sentir.
Decidi seguir em frente.
Decidi continuar sendo feliz.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Eu não gosto da bagunça
Do meio da pista, do frevo
Prefiro observar de canto
Enquanto vejo a zona passar

Eu odeio que me encostem
Cotovelo, bunda ou cerveja gelada
Só me deixem encontrar meu espaço
E simplesmente dançar

Eu odeio coração aflito
Pele de desconhecido
Gostar de quem não devia

Eu gosto de carinho violento
De falar, estar certa
De não ter aonde ir.

Quem não me conhece
Que me compra mesmo.
O que aparento
É mais meio do que inteiro

Certeiro é quem erra em mim.
Não insista em dar parecer
Ninguém sabe,
Mas eu tenho coração de moça


Eu sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Berlim: Du bist Wunderbar!!!

Berlim pra mim é uma das cidades mais incríveis que já visitei. Foi o primeiro grande destino pra onde viajei quando morava na Alemanha. Eu morava no sul, no estado de Baden-Württemberg e nas minhas primeiras férias comprei passagens de trem, combinei com minha amiga que mora na Irlanda e nos encontramos lá. A malha ferroviária da Alemanha é muito eficiente e o trem é umas das opções mais baratas pra se viajar.

Talvez por ter sido a primeira grande viagem que fiz, Berlim me surpreendeu bastante. A cidade é história pura. Ainda guarda muitos traços das duas grandes guerras e principalmente, da guerra fria. Isso fica evidente andando pelas ruas, onde é possível ver a linha que dividia as duas Alemanhas, Ocidental e Oriental. O muro é outra atração à parte. Na chamada East Side Galery ainda dá pra ver resquícios do muro, onde hoje se transformou em uma galeria a céu aberto. Há também a topografia do terror, um museu contando a história da construção e queda do muro, além das atrocidades praticadas pelos nazistas, através de fotos e painéis para que assim não caiam no esquecimento.


Bem no centro da cidade é possível andar pelo Memorial do Holocausto em homenagem aos judeus mortos durante a guerra. Ele foi inaugurado em 2005 e a sensação que se tem é que estamos em meio a lápides e o sentimento é de frieza e instabilidade.


Um dos cartões postais mais visitados é o Portão de Brandenburgo, perto da famosa rua Unter den Linden. A construção foi inspirada na entrada de Acrópolis em Atenas, na Grécia e abriga uma Quadriga, carruagem conduzida por quatro cavalos guiados pela deusa da paz. Como foi bastante danificado pela guerra, o portão foi restaurado tempos depois, sendo um símbolo da reunificação alemã.



É possível também visitar a sede do parlamento alemão, o Reichstag. A entrada é gratuita, só é necessário agendar a visita pelo site. Há opções de visitas guiadas ou independentes, onde você pode adquirir um guia de áudio gratuito na língua que desejar, o qual narra sobre o parlamento e outros pontos da cidade.

Ainda há várias áreas verdes e lindos parques, um deles o Tiergarten, o segundo maior de Berlim. Logo mais adiante do Tiagarten está a Coluna da Vitória, com mais de 8 metros altura, erguida para comemorar a vitória da Prússia sobre a Dinamarca em 1864. Caso tenha disposição, pode subir até o topo da coluna. São muitos degraus, mas a subida vale a pena, pois é possível ter uma vista incrível da cidade.


Também vale a pena passar pelo Check Point Charlie, um antigo posto militar na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental. Você pode optar passar por todos esses pontos turísticos com um city tour com um guia contando a história dos lugares, que foi o que eu fiz na época e então decide se quer descer ou não em todos os pontos.

A imponente Catedral de Berlim é outra atração lindíssima. É a maior e mais importante igreja protestante da cidade. A igreja foi bastante destruída pela guerra e construída novamente. Próxima à catedral existe a ilha dos museus, às margens do Rio Spree. Lá encontram-se cinco museus: Museu Pergamon, Altes Museum, Neues Museum, Alte Museum e Museu Bode.








É possível também visitar a torre de TV, a Berliner Fernsehturm, sendo a construção mais alta da Alemanha. Se ainda tiver tempo, há também o famoso museu de cera da Madame Tussauds com esculturas de artistas de diversas áreas.


Pra quem tem tempo, disposição e gosta de história, há a possibilidade de visitar um campo de concentração nazista a 35km de Berlim. O campo de Sachenhausen foi um dos primeiros campos de trabalho a ser construído para liquidar em massa uma parte da humanidade. Hoje é aberto à visitação e logo na entrada é possível adquirir um áudio que conta a história do campo. A visita é pesada, confesso, mas recomendo, pois é uma experiência única. A sensação que tive foi de profunda tristeza e desolação e ver até onde a maldade e crueldade de um ser humano pode chegar.



Deslocar-se por Berlim é rápido, fácil e barato. Há várias linhas de metrô e num instante já é possível chegar ao centro da cidade. Ah e não se surpreenda se encontrar cachorros dentro do metrô. Lá é super normal. Vale a pena passear pela Potsdamer Platz, onde antigamente era a parte comunista da cidade. No ano 2000 foi restaurada e hoje é uma das áreas mais modernas da cidade, com prédios arrojados.

Não deixe de provar o currywurst e experimentar uma típica cerveja alemã. Existem tantas marcas que irão te surpreender. Caminhe calmamente pelas ruas; você irá se deparar com diferentes estilos de pessoas e que os alemães são sim educados e simpáticos quando querem. É claro que existem ainda muitas outras atrações pra todos os tipos de gostos e perfis de turistas.








Seja no inverno ou no
verão, Berlim é MARAVILHOSA!

sábado, 19 de setembro de 2015

O que a vida de Au pair me ensinou

Em 2011 tive a oportunidade de fazer um intercâmbio na Alemanha. É claro que não foi uma decisão que eu tomei do dia pra noite. Pensei bastante, fiquei noites em claro pensando se estava fazendo a coisa certa, conversei com minha família e avaliei minha atual situação financeira para ver que tipo de intercâmbio caberia no meu bolso.

Logo quando terminei a faculdade de turismo, já havia decidido em ir pra Alemanha. Morar fora sempre foi um sonho e conversando com pessoas que haviam tido essa experiência, vi que eu também podia concretizá-lo. A ideia era aperfeiçoar o idioma alemão, o qual eu já vinha estudando há algum tempo. Mas sabia que se ficasse aqui, a probabilidade de me tornar fluente era muito pequena, já que é uma língua muito complexa e exige muita disciplina.

Portanto decidi ir como Au pair. Pra quem não sabe, a palavra au pair é de origem francesa e não existe uma tradução literal. O significado que mais se aproxima é “na base da reciprocidade”. Ou seja, eu moraria com uma família alemã, entraria em contato com a cultura, estilo de vida dessa família e em troca eu cuidaria das crianças e faria alguns serviços leves da casa. Você também pode frequentar cursos de alemão e claro, aproveitar seu tempo livre pra viajar.

Pra quem não sabe, existem sites especializados onde há famílias interessadas em contratar uma au pair. Um deles é o www.aupairworld.com, o qual eu me cadastrei. Ele é bastante confiável e está disponível em vários idiomas. Você monta o seu perfil, o qual estará disponível para as famílias e assim vocês podem entrar em contato através de e-mail. Esse tipo de intercâmbio é interessante porque o único custo que se tem é com a solicitação do visto no consulado mais próximo da sua cidade e depois com as passagens aéreas. A idade limite para fazer esse tipo de intercâmbio é entre 24 e 25 anos e você pode escolher qual país lhe interessa mais, pois como eu disse, existem famílias do mundo inteiro nesse site querendo uma babá para seus pimpolhos.

Posso dizer que foi a melhor experiência da minha vida. Um intercâmbio deixa marcas profundas na vida de uma pessoa. Morei com uma família muito bacana e as crianças não me davam muito trabalho. É claro que nem tudo foram flores. O processo de adaptação num país totalmente diferente do nosso é difícil. A língua é complicada, você aprende a se comunicar novamente e de um jeito ou de outro, aprende a se virar.

E por que ser Au pair mesmo?

Porque é difícil, mas você acredita que é capaz, porque é as vezes pode ser estressante, mas você acredita que pode superar; porque ficar um ano sem pai, mãe, irmão, cachorro, galinha e papagaio dói, mas você acredita que um ano passa rápido. E passa.  Quem é aupair volta mais forte, mais decidida e mais madura. E se der vontade de ir embora o mundo me espera!!!